O que se perde enquanto os olhos piscam

Ciúmes, inveja, incompreensão, falta de empatia… Esses são alguns dos sentimentos que fazem tremer as bases de um relacionamento interpessoal. Mas eu me arrisco a dizer que o pior dos venenos é o orgulho.

O orgulho que te faz querer provar a todo custo que você está certo, independente do quanto vai machucar a outra pessoa. O orgulho que te faz acreditar que qualquer vivência do outro tem o único e exclusivo objetivo de te machucar. O orgulho que afasta pessoas que se gostam pelo simples fato de que nenhuma das duas quer dar o braço a torcer. O orgulho de remoer palavras amargas que foram ditas em um momento de raiva.

Somos humanos. Eu, tu, ele, nós, vós, eles. Temos desejos inconfessáveis, vontades reprimidas, medo da solidão, medo da entrega. Medo de entrar em uma disputa e sair perdendo. E o medo encobre tanto a vista que chega um ponto em que sequer conseguimos lembrar como a disputa começou.

Ao mesmo tempo em que constrói muralhas, o orgulho derruba pontes. E num piscar de olhos, tudo o que levou anos para ser conquistado pode acabar indo pelo ralo. Confiança, companheirismo, respeito. Pelo medo de estender a mão e compreender que o outro é tão humano quanto você e que a dor dele pode ser pior que a sua. Será que vale a pena?

Perdão não é fraqueza. É sinal de humanidade. É entender a fragilidade do outro e abraçar a sua própria. A vida é frágil, assim como nossos laços. Por que não começar a construir mais pontes em vez de muros?

(P.S.: emprestei o título do artigo de uma música do Teatro Mágico que me veio junto com a inspiração.)

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