101 coisas em 1001 dias (ou o poder das metas atingíveis)

Em 2014, a lista de 101 coisas a fazer em 1001 dias virou febre na blogosfera. Fiz a minha também, mais precisamente no dia 11/03/2014, com data-limite em 06/12/2016.

(Para quem nunca ouviu falar, é uma lista com 101 pequenos ou grandes objetivos a alcançar no prazo de 1001 dias. Vale tudo, desde comer frutas todos os dias a começar uma faculdade. E tem sites que calculam o prazo, é só jogar no Google.)

Parece muito tempo, mas vai por mim: passa voando. Parece que foi ontem que eu sentei no Word por horas, quebrando a cabeça pra encontrar as tais 101 coisas (não é fácil!!!). Hoje é o primeiro dia do ano e achei que seria perfeito para fazer o balanço final desses 1001 dias. E fiquei feliz: fora algumas metas que perderam a razão de ser, consegui cumprir metade da lista. Podia ser melhor? Podia. Mas foi bom mesmo assim.

A reflexão que fica é que é muito mais fácil caminhar em direção à vida que sonhamos quando dividimos a rota em pequenas etapas mensuráveis. Pequenas metas são mais fáceis de atingir do que as grandes.

Por exemplo: “comprar uma casa” é algo surreal quando você gasta o salário inteiro só pra pagar conta. Vamos, então, por partes. Você pode se comprometer a poupar 10% do seu salário todo mês, cortar a sobremesa nos dias úteis e fazer um investimento de longo prazo. Aí, mais dia menos dia, vai abrir o extrato bancário e surpresa! Lá está a grana da entrada da casa sorrindo pra você.

Mais um detalhe: o ser humano só funciona à base de recompensa. Eu, como boa analógica romântica, fiz questão de passar a lista para o papel, com direito a canetas coloridas e folhas enfeitadas. E confesso: a sensação de prazer a cada vez que eu riscava um item é melhor que uma barra inteira de chocolate depois de um dia difícil!

Que tal encarar o desafio?

Que tal em vez daquela lista de resoluções grandiosas de Ano Novo que você sabe que vai ficar esquecida na gaveta, fazer um apanhado de todas as pequenas mudanças que você quer na sua vida em 2017, 2018 e por aí vai?

Lembre-se: o novo ano só vai ser diferente se você mudar também.

Feliz 2017!

Sobre amor, desamor, cuidado e feminilidade

Texto longo, mas vale muito a pena ler. Precisava dividir com vocês, homens e mulheres.

Tudo começou a virar prática quando ganhei minha primeira boneca, por volta dos 3 anos. Assim como minhas amigas, nessa idade eu também já aprendia a cuidar de alguém que dependia de mim. Empurrava carrinho, dava banho, trocava roupa, cuidava do cabelo. Quando estava boa nisso e alcancei o instinto materno, pude avançar de nível, então vieram as panelinhas.

Fonte: Sobre o desamor do homem e sinonimo de ser humano de cu é rola

Encontros e despedidas

Esses dias li pelas internetes da vida um “causo” sobre Chico Xavier, que teria uma placa sobre a cama onde se lia “isso também passa”. Quando questionado, respondeu que era para lembrá-lo que os momentos ruins sempre passam – assim como os bons.

É difícil encontrar quem saiba lidar bem com despedidas. Não é fácil deixar a velha rotina à qual você estava acostumado. Não é fácil lidar com mudanças, sejam elas por escolha própria ou não. Não é fácil ser arrancado da zona de conforto.

Mas para o novo vir, o velho tem que ir, não é mesmo? A grande verdade é que a vida é feita de recomeços. E que graça teria se não fosse? O mundo é muito grande para que alguém passe a vida inteira preso à mesma estaca. E a nossa existência é muito curta para deixar de agarrar cada oportunidade que surge como se fosse a última. Porque um dia será, e você nunca vai saber quando.

 

Solitude

Ela já teve as fases de devorar toneladas de doces, fazer poses no espelho, escrever poemas, trocar a cor das unhas, virar a noite em games, comprar compulsivamente e pesquisar sobre assuntos aleatórios às 3 da manhã. Hoje ela pinta os cabelos e planeja viagens imaginárias para lugares que talvez nunca venha a conhecer. Amanhã talvez seja o dia de sentar-se na praça e inventar histórias recheadas de detalhes interessantes sobre quem passa na rua. Afinal, todos temos que dar algum sentido à solidão. Ou esquecer por um momento da nossa pequenez diante do universo.

Sobre resiliência, ansiedade e dor

Na psicologia, resiliência significa a capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão, administrando as próprias emoções e evitando agir com base em impulsos.

Para quem sofre de ansiedade, o buraco é um pouco mais embaixo. Você cria cenários improváveis na mente, sofre pelo antes, pelo durante e pelo depois, antecipa o futuro, porque conviver com a incerteza é quase insuportável. Como se não bastasse a inquietude, qualquer problema mínimo traz o combo insônia + dor de estômago + enjoos. E o desespero em resolver o problema, na maioria das vezes, vira um tiro pela culatra.

E a dor… ah, a dor. Parece que vai arrancar suas entranhas pela boca. Sempre achei que não podia existir nada pior que a dor. Você passa a vida tentando fugir dela, e a tentativa de fuga acaba se transformando em um atalho. “Toda dor vem do desejo de não sentirmos dor”, já dizia Renato Russo.

É quando você se depara com a paralisia e a impotência. Quando chega aquele momento em que nem as lágrimas conseguem sair mais, e fica apenas o vazio. Quando você é obrigada a se conformar com a decisão de Deus, do Universo, ou seja lá do que for, porque não sobrou nenhuma possibilidade de mudança através das suas mãos. Quando a finitude da vida e de todas as coisas te observa com aquele olhar implacável e te obriga a perceber que tudo é volátil.

O que é a dor comparada ao entorpecimento da anestesia? Pelo menos, a dor te faz sentir que a vida ainda pulsa nas veias.

perdão

O que se perde enquanto os olhos piscam

Ciúmes, inveja, incompreensão, falta de empatia… Esses são alguns dos sentimentos que fazem tremer as bases de um relacionamento interpessoal. Mas eu me arrisco a dizer que o pior dos venenos é o orgulho.

O orgulho que te faz querer provar a todo custo que você está certo, independente do quanto vai machucar a outra pessoa. O orgulho que te faz acreditar que qualquer vivência do outro tem o único e exclusivo objetivo de te machucar. O orgulho que afasta pessoas que se gostam pelo simples fato de que nenhuma das duas quer dar o braço a torcer. O orgulho de remoer palavras amargas que foram ditas em um momento de raiva.

Somos humanos. Eu, tu, ele, nós, vós, eles. Temos desejos inconfessáveis, vontades reprimidas, medo da solidão, medo da entrega. Medo de entrar em uma disputa e sair perdendo. E o medo encobre tanto a vista que chega um ponto em que sequer conseguimos lembrar como a disputa começou.

Ao mesmo tempo em que constrói muralhas, o orgulho derruba pontes. E num piscar de olhos, tudo o que levou anos para ser conquistado pode acabar indo pelo ralo. Confiança, companheirismo, respeito. Pelo medo de estender a mão e compreender que o outro é tão humano quanto você e que a dor dele pode ser pior que a sua. Será que vale a pena?

Perdão não é fraqueza. É sinal de humanidade. É entender a fragilidade do outro e abraçar a sua própria. A vida é frágil, assim como nossos laços. Por que não começar a construir mais pontes em vez de muros?

(P.S.: emprestei o título do artigo de uma música do Teatro Mágico que me veio junto com a inspiração.)

Aquele velho amigo, o vazio

A literatura de conselhos para levar uma vida perfeita é bem vasta. Da psicologia à auto ajuda, da filosofia à publicidade, do paganismo ao Alcorão, crescemos, vivemos e morremos ouvindo o que deveríamos fazer (e culpando a nós mesmos por não seguir à risca as instruções.

Ame a si mesmo. Encontre um amor. Case, tenha dois filhos, três cachorros e o carro do ano. Se mate de estudar, depois de trabalhar, para poder se aposentar e curtir a vida. Venda tudo, compre um trailer e saia pelo mundo sem destino.

Compre os gadgets do momento. Troque o guarda-roupa a cada estação. Frequente a balada da moda, use o perfume da moda e saia com pessoas lindas, loiras e saradas.

Faça o que ama, ame o que faz e nunca será mais um frustrado na multidão de engravatados (tá, essa piada pelo menos é boa).

Exercite-se. Recicle o lixo. Adote um animal. Vá à igreja.

Be yourself. Go vegan. Just do it.

Mas no fundo, no fundo mesmo, não importa o que você faça, ele sempre vai estar lá te observando. Triste, silencioso e profundo. Vai esperar o momento errado para bater na sua porta, como um antigo amor que resolve surgir do nada depois que você já conseguiu, a muito custo, curar suas feridas. Sufocante e impiedoso, te faz acreditar que nada faz sentido e que você não pertence a lugar nenhum. Às vezes, ganha um nome comercial: crise dos 20, dos 25, dos 30, do profissional recém formado, dos 7 anos de casados. Mas é sempre o mesmo, e ri da sua cara enquanto você se culpa por estar num “momento ué” sem nenhum motivo aparente.

É quando você pára e pensa: seria mais fácil encontrar a resposta se eu ao menos soubesse qual é a pergunta?

Por que #meuamigosecreto incomoda tanto?

Essa semana começou uma nova campanha nas redes sociais. Caso você tenha tido a sorte de estar em um mochilão pela Ásia (que inveja!!!) e não tenha acompanhado, vou resumir aqui.

A hashtag #meuamigosecreto está sendo usada para compartilhar casos de abuso, agressão e machismo velado, referindo-se principalmente a homens que pagam de bons moços mas cujas atitudes não refletem seu discurso. Algumas pessoas também estenderam seu uso para denunciar casos de racismo e homofobia.

Na minha humilde opinião, achei essa ironia simplesmente genial. Afinal, nada como Natal, Ano Novo e os habituais amigos-secretos para concentrar toda a hipocrisia que é destilada diariamente nas redes sociais. Perfeito.

Como era de se prever, já tem gente incomodada. Muita gente, aliás. Muito mais do que no último protesto do gênero, a #meuprimeiroassédio. Mas por quê?

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24 passos simples para uma vida infeliz

Saiba o que fazer para conquistar uma vida repleta de frustrações, amargura e arrependimentos. (In)satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta!

 

1. Agrade todo mundo o tempo todo, a qualquer custo.

2. Passe por cima das suas vontades para satisfazer os desejos dos outros.

3. Seja onipotente! Tudo o que existe em torno de você deve passar pelas suas mãos e pelo seu poder de decisão.

4. Leia revistas femininas. Sim, aquelas que te ensinam a agarrar o cara perfeito, ser uma deusa na cama ou seguir as tendências de moda. (O leitor é homem? Troque pela Playboy, cheia de mulheres fotoshopadas e inatingíveis).

5. Essa é infalível: carregue nas costas todos os problemas do mundo, e acredite piamente que você tem que resolvê-los sozinhos.

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