Na psicologia, resiliência significa a capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão, administrando as próprias emoções e evitando agir com base em impulsos.
Para quem sofre de ansiedade, o buraco é um pouco mais embaixo. Você cria cenários improváveis na mente, sofre pelo antes, pelo durante e pelo depois, antecipa o futuro, porque conviver com a incerteza é quase insuportável. Como se não bastasse a inquietude, qualquer problema mínimo traz o combo insônia + dor de estômago + enjoos. E o desespero em resolver o problema, na maioria das vezes, vira um tiro pela culatra.
E a dor… ah, a dor. Parece que vai arrancar suas entranhas pela boca. Sempre achei que não podia existir nada pior que a dor. Você passa a vida tentando fugir dela, e a tentativa de fuga acaba se transformando em um atalho. “Toda dor vem do desejo de não sentirmos dor”, já dizia Renato Russo.
É quando você se depara com a paralisia e a impotência. Quando chega aquele momento em que nem as lágrimas conseguem sair mais, e fica apenas o vazio. Quando você é obrigada a se conformar com a decisão de Deus, do Universo, ou seja lá do que for, porque não sobrou nenhuma possibilidade de mudança através das suas mãos. Quando a finitude da vida e de todas as coisas te observa com aquele olhar implacável e te obriga a perceber que tudo é volátil.
O que é a dor comparada ao entorpecimento da anestesia? Pelo menos, a dor te faz sentir que a vida ainda pulsa nas veias.